Estava sentada, olhando a paisagem lá fora pela janela, comecei então a pensar em como tudo mudou. Mas eu mudei mesmo, tudo. Não sou mais a pessoa que um dia chegou a se importar tanto assim. Parei alguns segundos, e olhei para o céu, fiquei refletindo em como minha vida estava. Nas pessoas que haviam ido embora, sem dar um ‘‘adeus.’’ Em como as minhas atitudes mudaram, assim, sem ninguém perceber. É, eu mudei. Parei por um bom tempo, e repeti pra mim mesma, —Chega de se importar! — Chega, né? Eu já deveria ter mudado a muito tempo, mas esse ‘‘tempo’’ nunca chegava. E que engraçado, pois agora chegou. Parei mais uma vez, e olhei para as pessoas andando na rua. Avistei crianças brincando, alguns passeando com cachorro, outros namorando, vi ali pessoas que pareciam viver apenas com o simples da vida. Pareciam ser felizes. E me veio uma pergunta na minha mente, — E porque eu também não posso ser feliz assim? — Sem ter que me preocupar o tempo todo. Sem ficar correndo atrás das pessoas? Acho que a única resposta para isso, seria eu mudar. Mudar tudo. Eu já corri tanta atrás de algumas pessoas, implorei pra ficarem, e não partirem, mas do que adiantou? Não adiantou nada. Então eu estou bem melhor assim, sem ter que correr atrás de ninguém. Só ir vivendo nesse meu mundo. Tão sem graça, tão sem cor. Mas não irei correr mais atrás de ninguém. Se sentir saudades, já sabe onde me achar. Chega de ilusões. Esse meu ‘‘mundinho’’ não é mais aquele de ilusões. Já chega de sofrer por tão pouco. Levantei, fui até a porta, e olhei mais uma vez para o céu. Sussurrei pra mim, — Eu mudei. Amadureci. — Vou começar a olhar ao meu redor, e ver as pessoas que realmente querem permanecer na minha vida. Chega de olhar para trás, apenas olharei para a frente. Afinal, não é para frente que se anda?